Cinco dias após ter entrado em vigor na Franca a Lei da Burca, que multa as mulheres que cobrirem o rosto em público, o ministro do Interior, Claude Guéant, anunciou a proibição das orações de qualquer credo nas ruas de Paris e Marselha, a exemplo do que já vigora em Nice.
Antes de anunciar a decisão, o ministro comunicou-a a líderes religiosos do país.
Guéant informou que a medida faz parte de um conjunto de outras que serão anunciadas para reafirmar o caráter laico da sociedade francesa. Entre as novas medidas ainda em estudos, está a elaboração de um código de laicidade e liberdade religiosa que será aplicado em repartições públicas, incluindo as escolas.
Por esse código, as repartições não poderão ostentar nenhum símbolo religioso nem discriminar funcionários por causa de seu credo. Os menus religiosos de bares e restaurantes também poderão ser proibidos.
Líderes muçulmanos estão criticando o “pacote da laicidade” com o argumento de que o objetivo dele é atingir sobretudo as práticas religiosas do islã. Os muçulmanos oram cinco vezes por dia, estejam onde estiverem, prostrando-se em direção a Meca.
Guéant afirmou, contudo, que a liberdade de culto permanece garantida. Ele prometeu criar uma “comissão da liberdade religiosa”, cujos integrantes seriam eleitos pela população. Caberia a essa comissão, por exemplo, fiscalizar o abate de animais de acordo com cada um dos ritos.
As medidas de reforço à secularidade devem estimular ainda mais o debate sobre a influência das religiões no Estado francês, com repercussão em toda a Europa.
Fonte: Paulolpes
Nenhum comentário:
Postar um comentário